Estava uma noite quente e corria uma aragem em Buenos Aires...Cheguei cedo duas horas antes do início do jogo, e já a "La Doce" estava lá em força.Dezenas de milhar de jovens já estão de pé, a aplaudir, a entoar cânticos... Estão a jogar as equipas de reserva e quase ninguém está a ver a partida - o que é surpreendente, tendo em conta o futebol incrivel que está a ser jogado no minusculo campo de La Bombonera.Ao estilo tipicamente argentino,os arquitectos desenharam um estádio apra 100.000 adeptos nos anos 30.Para um pontape de canto, os jogadores mal têm um metro entre o canto e a vedação. Pendurados na vedação estão dezenas de adeptos, a maior parte a gritar: "Concha de tu madre" e outras delícias. É habitual atirarem-se galinhas para o campo quando o odiado inimigo River Plate está a jogar.E se pensam que um jogador é homossexual, lançam preservativos e vibradores para o relvado. Uma vez atiraram uma bicicleta. Mas estes adeptos não são violento. Nem arruaceiros. São viciados. Drogados em adrenalina que se amontoam semanalmente. Como todos os viciados, sofrem durante a ressaca, e ir a um jogo do Boca Juniors, no seu afamado campo é como ver 65.000 cocainómanos a drogarem-se ao mesmo tempo - assustador, barulhento e deliciosamente invejável. Quem não gostaria de fazer parte disto - braços a socar o ar; um coro masculino, profundo e obscuro de orgulho e propriedade, a cantar, entregando uma dose de zelo que enviaria qualquer pessoa normal para a sala de urgência. Os argentinos são assim...
Texto de Jonathan Franklin
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